www.diariodorock.com.br: Entrevista\\ Ghost: "gostamos muito do Sarcófago, Holocausto, Sepultura, MX e coisas assim"
"Satan laughs as you eternally rot!"

20 de dez. de 2012

Entrevista\\ Ghost: "gostamos muito do Sarcófago, Holocausto, Sepultura, MX e coisas assim"

Se no ano passado os mascarados do Slipknot surpreenderam com um show fora dos padrões no Rock in Rio, uma outra banda, que também traz integrantes encapuzados e não identificados, tem tudo para causar efeito parecido na próxima edição do festival: são os suecos do Ghost, sombrio sexteto formado por músicos autodenominados "Nameless Ghouls" (ou "bestas sem nome", em português), liderados pelo satânico Papa Emeritus.

Influenciados pela grandiloquência dramática de artistas como David Bowie e Alice Cooper, o grupo recorre a um visual assustador, digno das grandes produções cinematográficas de terror, para dar seu recado.

"Qualquer ideia fora dos padrões, sobrenatural, é o que realmente inspira a banda. Muito dessa coisa sombria e religiosa contida nos elementos mais ásperos da música vem do death metal e do doom metal. Mas, basicamente, o som do Ghost vem da combinação de classic rock com metal alternativo", diz o guitarrista da banda ao G1, depois de um início de entrevista um tanto incomum: como se referir a alguém que não usa nomes?

A discografia do Ghost é breve: lançaram apenas uma demo, um EP e o álbum "Opus Eponymous", de 2010, que, no Japão, saiu com uma versão inusitada para "Here comes the sun", dos Beatles. Mas um novo álbum já está a caminho, com previsão de chegar ao mercado em 2013.

A escolha incomum da ensolarada canção de George Harrison para um cover e o show que o grupo planeja para o Rock in Rio — a banda se apresenta no dia 19 de setembro, ao lado do Metallica, Alice in Chains, Sepultura e Tambores du Bronx — foram alguns dos assuntos abordados por uma das "bestas sem nome" na entrevista abaixo.

G1 — Há algum nome pelo qual posso chamá-lo?
"Nameless Ghoul" — Não (risos).

G1 — Pode, ao menos, dizer se você é o baterista, um dos guitarristas ou o vocalista da banda?
"Nameless Ghoul" — Sou um dos guitarristas (risos).

G1 — Como surgiu o Ghost?
"Nameless Ghoul" — Basicamente da mesma maneira como todas as bandas são formadas. A única diferença é que viemos de uma cidade na Suécia (risos).

G1 — Que tipo de artistas inspiraram a banda?
"Nameless Ghoul" — Artistas performáticos, como Alice Cooper, Kiss e David Bowie. São os mais teatrais do planeta, eu acho. Se bem que também considero bastante teatral o que o que os Rolling Stones fizeram numa determinada época. Qualquer ideia fora dos padrões, sobrenatural, é o que realmente inspira a banda. Muito dessa coisa sombria e religiosa contida nos elementos mais ásperos da música vem do death metal e do doom metal. Mas, basicamente, o som do Ghost vem da combinação de classic rock com metal alternativo. Por classic rock entenda tudo o que compõe a seção "rock" das lojas de discos: de Beatles a Sisters of Mercy. Falando de bandas brasileiras, gostamos muito do Sarcófago, Holocausto, Sepultura, MX e coisas assim.

G1 — De onde veio a ideia de gravar uma versão de "Here comes the sun", dos Beatles?  Parece algo bem diferente da proposta da banda...
"Nameless Ghoul" — Essa música, em sua versão original, traz uma mensagem de esperança muito forte, algo acalentador sobre a chegada da primavera e os dias melhores que ela pode proporcionar. É uma canção alegre em muitos sentidos. Então fica fácil inverter isso. Basicamente transpusemos a canção para acordes menores, o que a transforma numa canção bem mais sombria, mesmo mantendo a letra original. É divertido fazer covers de bandas que não seriam exatamente as primeiras opções para uma banda de metal (o grupo costuma tocar ao vivo uma versão de “I’m a marionette", do ABBA). Mas a temática dessas músicas, muitas vezes religiosa, se encaixa muito bem com o que fazemos.
Certa vez, o diretor de palco de um festival do qual participamos caiu no choro quando nos viu"

G1 — Vivemos na era das celebridades, onde a notoriedade se transformou no maior objetivo. Vocês vão de encontro à essa ideia...
"Nameless Ghoul" — Acreditamos que os sentimentos que queremos despertar nas pessoas, durante nossos shows, devem ter relação direta com a maneira com que nos apresentamos. E essa percepção fica ainda mais forte se não houver nenhum tipo de identidade ou individualidade. Ao mesmo tempo, estamos executando canções, e há muita indivudualidade nisso. Mas o foco não é em quem somos ou no que fizemos na última semana. O que dizemos é o que mostramos ao público. Mas é difícil explicar. Porque todo mundo presume que seja apenas um golpe de marketing. Agora transformou-se num golpe de marketing, porque voltou-se a nosso favor. Mas não é esse o real significado para as pessoas que ouvem nossa música.

G1 — Você já conheceu alguém que realmente teve medo da banda?
"Nameless Ghoul" — Bem, há ocasiões realmente bem esquisitas (risos). Certa vez, o diretor de palco de um festival do qual participamos caiu no choro quando nos viu. Era um homem muito religioso, sentia que estávamos fazendo algo errado. Chorou praticamente durante todo o tempo em que permanecemos no palco. Nunca vi nada parecido. Às vezes também há protestos, mas nada que realmente afete a banda. Mas é uma pena, pois acho que coisas assim tiram o foco do que fazemos.

G1 — A apresentação no Rock in Rio será a primeira da banda no Brasil. Qual a expectativa com relação aos fãs brasileiros?
"Nameless Ghoul" — Acho que vai ser incrível. Já queríamos ir à América do Sul há um bom tempo. Desde que começamos, temos recebido muito apoio dessa parte do planeta. Mas é muito difícil de ir até aí, porque é muito longe. No caso de uma banda como a nossa, é mais difícil ainda, porque são necessárias uma série de providências (risos). Além disso, ainda não havíamos tido uma oportunidade grandiosa como esta. Tocar no Rock in Rio é obviamente uma grande honra. É um festival clássico. Até onde eu sei, somos a primeira banda sueca a tocar no evento.

G1 — Como será o show por aqui?
"Nameless Ghoul" — Será muito especial. Bem mais produzido e nada comparável aos trechos de nossos shows publicados no YouTube. O que se vê na internet é apenas um fragmento do que pretendemos mostrar no ano que vem. Vai ser diferente e muito interessante.

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