www.diariodorock.com.br: Europe no Brasil \\ Resenha do show de Sampa
"Satan laughs as you eternally rot!"

8 de nov. de 2010

Europe no Brasil \\ Resenha do show de Sampa


Somente muitos anos depois de a fama ter atingido o Europe - o que aconteceu em meados dos anos 80 - , a banda fez seu primeiro show em solo brasileiro. Os fãs tupiniquins, é verdade, não puderam prestigiá-la no auge dos cabelos exagerados e maquiagem feminina. Mas esperavam, desde a reunião do grupo em 2003, que os suecos anunciassem show por estas bandas.

Com a casa cheia, porém não lotada, o grupo incia às 22h15, uma apresentação que a platéia aguardava entre copos de cerveja e conversas nostálgicas. Talvez por ser a primeira vez dos suecos no Brasil, talvez porque o hard rock tem esse poder de comover quase três décadas depois de seu auge, a chuva lá fora foi completamente esquecida e o HSBC pareceu, em muitos momentos, uma máquina do tempo.

"Last Look at Eden", faixa-título do mais recente lançamento da banda, abriu o repertório, enérgica, levantando os presentes. Porta voz do quinteto, Joey Tempest cumprimenta, sorri e brinca com o microfone e o pedestal o tempo todo - um malabarismo que foi aos poucos deixado de lado pelas bandas mais novas e que acabou se firmando como um símbolo para o estilo.

Entre novas e antigas, "New Love in Town", "Cherokee", "More Than Meets The Eyes", "Love is not the enemy", "Rock the Night", "Ready or Not" e "Scream of Anger" foram apresentadas ao público, entremeadas de cometários singelos de Tempest e tentativas, até razoáveis, de falar em português com o público: "Como vão vocês? Tudo Bem?", mandou o vocalista logo no início do show. O público, claro, reagia a cada uma dessas investidas.

Não sei se há uma tradução exata para a língua natal da banda, mas "do caralho", que Tempest repetiu umas duas vezes ao longo do show, significa muita coisa por aqui. E a reação do públcio, em diversos momentos, deve ter sido "do caralho" para a banda, sem dúvida. Um desses momentos, foi quando chegou a vez de "Carrie" ser tocada, aquela balada que fez muitas adolescentes - hoje na casa dos 40 - se derreterem de amor por Tempest.

"Vocês gostam de guitar heroes", perguntou o 'frontman' a certa altura, "ótimo, porque trouxemos um conosco", completou. Era a deixa para John Norum mostrar sua técnica e 'feeling' num solo virtuoso e emotivo. Quanto aos outros músicos, não há o que dizer, fora elogios. Competentes, executam suas partes com incrível facilidade. Arriscaria dizer que o destaque, apesar dessa coisa rock star sempre ligada aos guitarristas, foi a batida forte e precisa do baterista Ian Haugland.

Mas falar dos solos vistuosos, da voz ainda em forma e do peso das canções não é suficiente para descrever um show desse tipo. É a cena de um marmanjo barbado, quarentão e barrigudo, chorando sem pudor nem constrangimento durante "The Final Countdown" que revela o poder que uma música pode ter. A canção, composta em 1986, encerrou a noite provando que um show é sempre uma experiência pessoal e intransferível.

Banda:
Joey Tempest : vocal
John Norum : guitarra
John Levén : baixo
Mic Michaeli : teclado
Ian Haugland : bateria

Set List:
1. Prelude
2. Last Look At Eden
3. The Beast
4. Rock The Night
5. Scream Of Anger
6. Let The Good Times Rock
7. Carrie
8. Solo guitarra
9. Seventh Sign
10. New Love In Town
11. More Than Meets The Eye
12. Wings Of Tomorrow
13. Forever Travelling
14. Love Is Not The Enemy
15. Solo bateria
16. Cherokee
17. Superstitious
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18. Ready Or Not
19. The Final Countdown

Texto: Lizandra Pronin

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