A seguinte nota foi publicada no site oficial de Edu Falaschi.
A banda ANGRA foi uma das atrações brasileiras da edição 2011 do festival Rock in Rio, se apresentando no dia dedicado ao Heavy Metal, no último 25 de setembro.
O grupo soltou um depoimento oficial sobre sua participação no evento, evidenciando seus 20 anos de carreira celebrados com o final da turnê do álbum “Aqua”, em plena Cidade do Rock.
"Uma tarde que será lembrada para sempre!
No último domingo, dia 25 de setembro, celebramos os 20 anos de carreira do ANGRA com um show inesquecível no Rock in Rio 2011. Um momento que será memorável para todos nós. Não só pelo glamour, pela honra de participar de um dos maiores eventos musicais do mundo, ou pela nossa performance (que realmente não foi boa), mas pela evidente dificuldade de ser uma banda de Heavy Metal no Brasil. Diante de um público presente de cerca de 60.000 pessoas nas bilheterias da Cidade do Rock e sendo televisionado em rede nacional para milhões, nós do ANGRA tivemos as vísceras expostas numa luta heróica de 60 minutos contra problemas técnicos no palco e na transmissão para a TV e internet, que não estavam ao nosso alcance resolver.
Não perdemos a moral por que sabemos o que representamos. E que não recuamos com o nosso propósito diante das microfonias, das quedas de sistema de amplificação, das falhas das equipes de apoio, ausência de retorno no palco e in-ears, etc. Isto prejudicou muito a nossa apresentação, mas não diminui o honra de estar lá e de representar o Metal no seu dia no Rock in Rio.
Chegamos aos 20 anos de banda orgulhosos de nossa história - cheia de altos e baixos - com uma enorme coleção de vitórias para o Metal nacional. Ajudamos a abrir portas para novas bandas serem respeitadas no exterior. Mostramos que os brasileiros são cheios de potencial e talento. Enfrentamos várias modas que vieram e se foram: o grunge, o Indi, o Emo, Nu-Metal, “new-isto” e “pós-aquilo”. Estilos que nem existiam quando começamos. Ficaremos felizes em saber que contribuímos para que as futuras gerações de bandas “penem” menos do que nós.
Foi uma realização poder mostrar para o grande público um pouco do que é o Metal nacional hoje no Brasil, juntamente com os gigantes Sepultura e Korzus. Enchemos o palco Sunset mostrando o quanto somos respeitados e amados. Ficou evidente nossa constante guerra contra as adversidades e como não nos abalamos nos momentos difíceis. O ANGRA, depois de 20 anos, é conhecido mundialmente com turnês que viajam por todos os continentes e, no entanto, ainda é subestimado pela grande mídia e por alguns grandes empresários. A falta de apoio impede que possamos ampliar nossa estrutura, mas o amor pela música é o que continua nos movendo acima de tudo. Somos como uma grande banda de garagem, com estrutura familiar e paixão pelo que fazemos.
O Rock in Rio promete ser bienal agora, e o ANGRA ajudou a mostrar aos promotores do evento que o Heavy Metal é mais do que indispensável em todas suas edições, pois os fãs são fiéis e realmente dão total apoio aos seus ídolos em todos os momentos!
Queremos agradecer ao convite e a oportunidade de participar do Rock in Rio 2011 que, desde 1985, alimenta em cada um de nós o sonho de fazer da música nosso caminho, nossas carreiras. O Rock in Rio transformou o Brasil numa parada obrigatória para os maiores artistas nacionais e internacionais. Muito obrigado a todos que contribuíram e trabalharam para que este sonho fosse possível. O Medina, a Monika Cavalera, o Ricardo Martins, a Tarja Turunen, Amon Lima, toda a nossa equipe, etc.
Porém, mais importante do que todos estes, agradecemos aos fãs que souberam relevar as dificuldades que sofremos durante nossa fatídica apresentação e conseguiram sentir a raça e o comprometimento que nos envolve em cada um destes momentos. Agradecemos profundamente a todos aqueles que sabem que somos humanos e não esperam que sejamos semi-deuses perfeitos em um Olimpo inatingível. Muito obrigado àqueles que sabem que estes mitos não existem e nos percebem de maneira realista, de carne e osso, e ainda assim nos apoiam e nos amam.
Muito obrigado!”
Eduardo Falaschi, Rafael Bittencourt, Kiko Loureiro, Felipe Andreoli e Ricardo Confessori