Anthrax - In the End - São Paulo 2012
HSBC Brasil - 27/04/2012 - Brasil
Resenha de Guilherme Guedes:
Com volume ensurdecedor, Anthrax afasta o fantasma do Metal Open Air em São Paulo
Sete anos depois da última vinda ao Brasil, o Anthrax voltou a São Paulo nessa sexta-feira (27), para apresentação única na capital paulista. A turnê brasileira, que divulga o álbum Worship Music (2011), deveria ter começado em São Luís no vexame do festival Metal Open Air, cancelado às pressas. Com peso e volume impressionantes, o quinteto mostrou porque, mesmo não tendo o sucesso comercial outros grupos da mesma linha, é uma das bandas mais importantes da história do heavy metal.
A noite começou com o grupo paulista Torture Squad, que tocou para um HSBC Brasil parcialmente vazio. O show teve gosto de estreia para a banda, pois foi o primeiro após a saída do vocalista Vitor Rodrigues. A boa performance do trio, extremamente técnica, compensou a falta de público, com destaque especial para o excelente baterista Amílcar Christófaro.
Em seguida, foi a vez do Misfits, que apesar de carregar o nome, a estética e um integrante original, pouco lembra a banda clássica que fez história no punk rock no início dos anos 1980. O baixista e vocalista Jerry Only se entrega à magia que envolve o conjunto que ajudou a formar, mas não convence, mesmo entre clássicos como Saturday Night, Halloween e, claro, Die, Die My Darling. Quem estava lá para vê-los aprovou e aplaudiu, mas não deixa de ser estranho ver uma banda tão significativa reduzida a mera atração de abertura.
Os brasileiros estão entre os mais apaixonados fãs de heavy metal no planeta, e quando o Anthrax entrou no palco com a destruidora Earth On Hell, foi recebido de braços bem abertos e "chifrinhos" em riste por todos os setores da casa.
O repertório do show é calcado no novo álbum e em Among The Living, disco de 1987 que lançou diversos sucessos do grupo, como Caught In a Mosh, Indians e a tensa faixa-título. Entre os grandes sucessos da banda, as pancadas de Worship Music caem como uma luva, e empolga tanto quanto faixas mais antigas.
O volume ensurdecedor do show também ajudou a movimentar a plateia. Em alguns momentos, o som chegou a 127 decibéis de acordo com a assessoria da casa - quase o mesmo que uma turbina de avião ligada. É fato que baixa potência não combina com rock n' roll, mas tal exagero foi completamente desnecessário se considerarmos o tamanho do HSBC.
A interação do vocalista Joey Belladona e do guitarrista Scott Ian com o público é um dos pontos fortes do show, e com quase trinta anos de estrada, os dois sabem usar esse trunfo muito bem. Outro destaque é a excepcional presença de palco do baixista Frank Bello, um verdadeiro insano.
Se o show em São Paulo serviu para apagar o fracasso do Metal Open Air - apesar das camisetas da turnê, que ainda carregavam a data cancelada - o Anthrax soube retribuir a plateia, e antes de finalizar o show com I Am The Law, fez uma versão competente de Refuse/Resist, do Sepultura. Em frente a um público dedicado e entregue, o Anthrax fez uma declaração de respeito ao país, e fez valer os sete anos de espera.
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