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"Satan laughs as you eternally rot!"

21 de out. de 2010

Green Day no Brasil \\ Resenha sobre o show de Sampa


Ter "American Idiot", um trabalho de sua autoria, nos palcos da Broadway parece ter inspirado Billie Joe Armstrong. O guitarrista e vocalista do Green Day está mais teatral do que nunca. No show que a banda fez em São Paulo nesta quarta-feira (20), o último da turnê de "21st Century Breakdown" no país, o trio --que tem Mike Dirnt no baixo e Tre Cool na bateria-- trouxe uma super produção com acessórios de pirotecnia, figurino e uma espécie de esquete numa apresentação de três horas.

O Green Day começou seu espetáculo com meia-hora de antecedência do anunciado. Às 21h30, o conhecido Pink Bunny surgiu em cena com duas garrafas de cerveja e fez o aquecimento ao som de "YMCA", do Village People. Ao despedir-se da plateia, Ramones soava nas caixas de som com "Rock N' Roll Radio" na já tradicional abertura para introduzir "Song of The Century". No palco, o trio emendou "21st Century Breakdown" e sua letra desesperançosa, dizendo que "minha geração é um zero, nunca consegui ser herói da classe trabalhadora".

Se o disco que impulsionou a vinda do Green Day ao Brasil mostra o amadurecimento da banda, estimulando uma reflexão sobre o momento político-social norte-americano, no palco o trio está longe da crise de meia idade. O carismático Billie Joe parece um personagem de desenho animado: faz caretas, se joga no chão, corre de um lado para o outro no palco, sobe na caixa do retorno de som. Ali, um espírito de líder de torcida se manifestava a cada vez que ele se voltava à multidão, sempre de braços para o alto, pedindo palmas e coro.

O show da turnê segue um roteiro pré-determinado, que mistura música com gincana. Em "Know Your Enemy", um rapaz sobe ao palco e é incentivado por Billie Joe a se jogar na plateia; em "East Jesus Nowhere", uma criança é chamada e, após combinado, cai para trás com uma explosão; em "Are We The Waiting", uma fã é cortejada pelo vocalista e ganha um beijo na boca; em "Longview", um outro fã sobe ao palco para cantar a música e é presenteado com a guitarra de Billie Joe.

As pirotecnicas também são programadas: labaredas de fogo em "Give Me Novacaine"; cascata de fagulhas em "21 Guns"; chuva de papel picado em "Minority"; além de jatos d'água na plateia, desenrolador de papel higiênico e lançador de camisetas. E há o intensivão de rock em dois medleys: o primeiro com "Iron Man" (Black Sabbath), "Rock N' Roll" (Led Zeppelin), "Sweet Child O' Mine" (Guns N' Roses), "Highway to Hell" (AC/DC) e "Baba O Riley" (The Who), e o segundo com "Shout" (Isley Brothers), "Break On Through" (The Doors), "Satisfaction" (Rolling Stones) e "Hey Jude" (Beatles).

Cheio de elogios à capital paulista, Billie Joe lembrou para as cerca de 20 mil pessoas na Arena Anhembi que a banda estava encerrando a turnê por aqui, após 12 anos de ausência. "Esse é o nosso último show no Brasil, e nós sempre guardamos o melhor para o final", disse. Mas o que diferenciou esta apresentação das outras que passaram por Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília, foram quatro músicas que apareceram pela primeira vez no repertório por aqui: "F.O.D.", "J.A.R. (Jason Andrew Relva)", "Stuck With Me" e "Dominated Love Slave".

O trio, que ao vivo soma-se a outros três músicos, tem entusiasmo insuperável no palco. Mas a performance explosiva tem nome: "isso aqui não é uma festa, é uma celebração", como disse Billie Joe. E o show funciona mesmo como uma exaltação à carreira de 23 anos do grupo, indo dos hits que colocaram o Green Day como um dos representantes do ressurgimento do punk rock no início dos anos 90 aos recentes sucessos que consolidaram a banda como uma grife, que tem um musical na Broadway e sua própria edição do game "Rock Band".

A turnê de "21st Century Breakdown", iniciada no ano passado, segue agora para Argentina, Chile, Peru e Costa Rica. Ao final da excursão, os shows darão origem a um DVD ao vivo. Todas as apresentações da banda estão sendo gravadas, inclusive no Brasil, como garantiu Billie Joe na semana passada, durante entrevista a jornalistas em São Paulo. "Quando acabar, vamos sentar, ouvir tudo e pegar o melhor de cada país".

Veja as músicas que o Green Day tocou em São Paulo:

"Song of the Century"
"21st Century Breakdown"
"Know Your Enemy"
"East Jesus Nowhere"
"Holiday"
"Nice Guys Finish Last"
"Give Me Novacaine"
"Letterbomb"
"Are We the Waiting"
"St. Jimmy"
"Boulevard of Broken Dreams"
"Burnout"
"Geek Stink Breath"
"F.O.D."
"J.A.R."
"Stuck With Me"
"Dominated Love Slave"
"Paper Lanters"
"2000 Light Years Away"
"Hitchin a Ride"
"When I Come Around"
Medley: "Iron Man" / "Rock N' Roll" / "Sweet Child O' Mine" / "Highway to Hell" / "Baba O Riley"
"Brain Stew"
"Jaded"
"Longview"
"Basket Case"
"She"
"King For a Day"
Medley: "Shout" / "Break On Through" / "Satisfaction" / "Hey Jude!"
"21 Guns"
"Minority"

bis:
"American Idiot"
"Jesus of Suburbia"

bis 2:
"Whatsername"
"Wake Me Up When September Ends"
"Good Riddance (Time of Your Life)"

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