É comum vermos ex-companheiros de banda exaltar um músico quando ele morre. Mesmo quando não tinham uma amizade como antigamente, nessa hora acabam esquecendo as diferenças e revelando belas memórias. Pois esse não é o caso do Warrant. Depois do guitarrista Erik Turner (leia abaixo), foi a vez do baixista Jerry Dixon falar sobre o pesadelo que era a convivência com Jani Lane nos últimos anos. A entrevista foi conduzida pelo San Antonio Metal Music Examiner.
A morte de Jani pegou de surpresa e chocou muitas pessoas. Quando havia sido a última vez que vocês se falaram?
Foi em 2008. Voltamos para Los Angeles e ele estava fora de si novamente. Dissemos: “Chega dessa situação” e foi isso. Tentamos fazer cerca de 10 shows. Ele tinha muitos demônios a enfrentar. As pessoas assistem o Celebrity Rehab e olham para caras como Steven Adler. Aí enxergam como é difícil lidar com esse tipo de pessoa.
Que aspecto de Jani você sente mais falta? Há alguma memória especial que gostaria de compartilhar?
No fim das contas, agradeço por ele ter feito parte da banda. Tenho orgulho da música que criamos no passado. O que fizemos foi mágico e guardarei com carinho.
Como você acha que as pessoas deveriam lembrar dele?
Você quer a resposta honesta ou a demagoga?
A honesta, seja qual for.
Vamos colocar da seguinte maneira. Não é fácil lidar com alguém naquele estado. É o mais próximo do inferno que se pode imaginar. Para nós, sua família, sua filha, os fãs e até mesmo para ele. As drogas transformam a vida de todos ao redor em um pesadelo. Não quero que isso encubra as boas memórias de quem não o conheceu pessoalmente. Mas ter vivido a situação de perto foi de enlouquecer. Shows cancelados, perdas de casa, falência, esse é o resultado final. Mas ao mesmo tempo, é preciso não levar para o lado pessoal. Só que não é algo divertido o que a tríade sexo, drogas e Rock n Roll pode fazer com quem perde o controle.
Você sente que falhou como amigo?
Absolutamente não. Se eu falhei, a filha dele falhou, todos os outros amigos também. As pessoas devem saber que em 2008, contratamos um cara chamado Bob para nos acompanhar na estrada. Ele era especialista em cuidar de pessoas com problemas químicos. Mas Jani sumia no meio da madrugada e ia para um bar. Achamos que esse cara conseguiria colocá-lo nos eixos, mas a coisa não funciona assim. A pessoa precisa querer ser ajudada. Falhamos? Não acredito. Tentamos o máximo que pudemos.
14 de out. de 2011
Entrevista\\ Warrant: "Drogas transformam tudo em um pesadelo"
Marcadores: Jani Lane, Warrant, we are all on drugs
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