www.diariodorock.com.br: Red Hot Chili Peppers no Brasil \\ Resenha do show de Sampa
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22 de set. de 2011

Red Hot Chili Peppers no Brasil \\ Resenha do show de Sampa


No show do atual Red Hot Chili Peppers é preciso não elevar as expectativas sobre o fenômeno que a banda iniciou nos anos de 1980 com sua mistura de funk-rap-metal. Há um outro Red Hot Chili Peppers em cena, com uma essência apontada para o pop e conhecido por sucessos nas FMs. Foi essa a banda que se apresentou nesta quarta-feira (21) em São Paulo, na Arena Anhembi, numa curta turnê brasileira que termina no sábado (24) no Rock In Rio. Com um disco recém-lançado, "I'm With You", o vocalista Anthony Kiedis, o baixista Flea e o baterista Chad Smith trouxeram de novidade também o guitarrista novato Josh Klinghoffer e uma estrela local, o percussionista catarinense Mauro Refusco.

A expectativa inicial do show era mesmo conferir como Klinghoffer se sairia no palco, substituindo o venerado John Frusciante. Guitarrista ousado, o músico de 31 anos reinterpretou o trabalho criado pelo seu antecessor, ignorando solos marcantes como em "Otherside" ou em "Scar Tissue". Klinghoffer --que parecia azarado em cena, sendo surpreendido em momentos distintos por problemas em seu instrumento-- executava bem a sua parte concebida e gravada no álbum "I'm With You", mas, mesmo habilidoso, não brilhava nas composições de Frusciante, transferindo ainda mais responsabilidade e peso ao baixista Flea --que mostrou seus vocais em um improviso de "Pea", pinçada do disco "One Hot Minute" (1995).

Sem um repertório fixo para a nova turnê, variando consideravelmente a cada show, o Red Hot Chili Peppers trouxe para São Paulo uma seleção equilibrada entre o recém-lançado "I'm With You", o sucesso radiofônico de "Californication" (1999), o disco de 2002 "By The Way" e outros temas isolados. A novata "Monarchy of Roses" abriu o show com a empolgação de um público que esperava ver a banda ausente do Brasil desde 2002, mas outras faixas do mesmo álbum, como "Did I Let You Know" e "Dance, Dance, Dance", foram recebidas com a apatia de quem ainda não teve tempo de decorar as letras do disco, lançado há menos de um mês.

Empolgados no palco, os integrantes do Red Hot Chili Peppers pareciam se divertir tocando músicas criadas ao longo de 28 anos de carreira. Acompanhados também por um tecladista, a banda fez piadas entre si, se reuniu em rodinhas em frente à bateria de Chad Smith e usou o palco como um habitat natural, explorando cada canto. No entanto, o entusiasmo dos músicos não se traduziu na escolha do repertório, que em diversos momentos quebrou o andamento de excitação com baladas arrastadas e solos de baixo e bateria. O acerto foi encerrar o show com a barulhenta "Give It Away", deixando a impressão de um show sem erros.

Antes deles, os ingleses do Foals se apresentaram uma hora antes para um público ainda escasso e distraído, grande parte na enorme pista premium do local. Convidados pelo Red Hot Chili Peppers, a banda dos músicos de franjas nos olhos dividiu seu show de 40 minutos entre seus dois álbuns, "Antidotes" (2008) e "Total Live Forever" (2010), conseguiu arrancar algumas palmas da plateia, mas foi embora sem deixar muita lembrança.

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