www.diariodorock.com.br: Entrevista\\ Bumblefoot: muitos julgaram o "Chinese..." sem ouvi-lo
"Satan laughs as you eternally rot!"

8 de fev. de 2010

Entrevista\\ Bumblefoot: muitos julgaram o "Chinese..." sem ouvi-lo


Qual foi a “química” entre as guitarras como nesta turnê em específico, agora que DJ faz parte do grupo?
"A química foi sentida melhor do que eu já havia sentido, pra mim. Estou falando do meu ponto de vista. Eu provavelmente deveria voltar pro começo quando eu comecei a tocar com o Guns... eu entrei, e eu nunca tive a chance de ter meu equipamento soando direito. Eu nunca tive a chance de realmente aprender as músicas, e fazer minhas partes quando elas precisavam ser feitas. Foi apenas um monte de circunstâncias no momento em que eu tinha várias coisas amontoadas contra mim quando eu entrei no grupo, e foi difícil pra mim ter que dar o que eu podia dar. Foi duro. Eu estava realmente apenas esperando pelo momento em que todos os guitarristas pudessem se sentar, resolver tudo, e fazer aquilo da forma certa. Agora, eu finalmente tenho aquela double neck, e eu tenho o equipamento certo de que preciso para tocar as músicas. Outra coisa é quando eu entrei no grupo, porque os vazamentos eram um problema e tanto que eles não me deram as músicas. Eu não tinha nenhuma de suas músicas novas, e a banda dizia pra mim 'Diga a eles que você precisa das músicas – você precisa ter as músicas para poder aprendê-las', mas o pessoal da administração não me dava as músicas – eles diziam 'Não'.

A única forma que eu poderia aprender as músicas era nos ensaios antes de entrarmos em turnê, coisa de uma semana antes. Eu iria pra uma outra sala, ouvia as músicas no laptop do road manager com um par de fones, escrevia as notas, ouvia elas, tentava me lembrar de todas as partes, e fazer, como eles diziam, o melhor que pudesse. Eu iria então a uma outra sala onde todo mundo estava esperando e começava a tocar. Foi assim que eu tive que aprender 'Chinese Democracy' (risos) – em fones de ouvido com um laptop em meia hora. Eles não queriam que eu tivesse uma cópia, e eu respeitei seus pedidos. Sim, eu poderia ter arrumado uma cópia em algum lugar, com alguém, mas eu pensei 'Bem, é assim que eles querem que seja... Irei respeitar seus pedidos, e quando eles quiserem que as coisas mudem, eles mudarão'.

No começo, eu ainda não sabia bem que diabos estava fazendo, e eu não estava tendo muita ajuda (risos). Mesmo quando tocávamos ao vivo, eu queria cantar os backing vocals, mas me falaram que eles não tinham espaço o bastante pra mim na mesa de mixagem. Eu senti que as circunstâncias estavam minimizando e desvalorizando o que eu poderia trazer para o grupo, e fazendo muito mais difícil para eu fazer a coisa certa, e isso não estava ajudando ninguém – não estava me ajudando, não estava ajudando o público. Mas eventualmente, depois de mais turnê e ter gravado minhas partes em 'Chinese Democracy', eu tive uma melhor idéia do quê tocar. Ainda assim, eu precisava de uma guitarra fretless e uma normal para que eu pudesse trocar o tempo todo para que pudesse fazer várias dessas músicas, coisas do tipo. Finalmente este ano, eu consegui meu equipamento como o queria. Eu tive minhas partes de guitarra e um sentimento pelas partes que eu deveria tocar, e pudemos coordenar isso entre DJ, Rich e eu. Nós saímos, e agora soa melhor do que jamais soou. Finalmente. É algo que eu desejaria que tivesse ocorrido anos atrás, mas... yeah (risos)".

Você disse que sentiu que suas contribuições foram desvalorizadas no começo de sua jornada com o Guns N’ Roses. Apenas para que os leitores não tomem conclusões erradas, você poderia esclarecer quem estava desvalorizando suas contribuições?
"Certo. Não foi o Axl ou ninguém em particular – foi a situação. As vezes parecia, no começo, que eu tinha entrado no último minuto, e não tinha espaço pra mim. Não havia tempo para eu me coordenar com ninguém, então de certa forma eu quase tive que tocar com uma mão amarrada nas costas. Eu não tinha as ferramentas necessárias para fazer tudo que eu poderia ter feito".

Quando você se juntou ao Guns N’ Roses, o quão longe em termos de desenvolvimento estava 'Chinese Democracy'?
"Eu diria que 'Chinese Democracy' estava bem encaminhado. Tudo estava escrito, e várias coisas estavam gravadas. 'Chinese Democracy' não estava completamente pronto; ainda haviam mais partes de guitarras para serem feitas, e outras ideias de bateria que Frank trouxe. Em termos de gravação, é difícil dizer, mas cerca de 80% a 85%? Talvez algo nesse termo. 85%, pelo o que eu ouvi".

Você acha que 'Chinese Democracy' foi injustamente criticado?
"Eu acho que as pessoas definitivamente julgaram 'Chinese Democracy' muitas vezes sem ouví-lo, e acho que eles basearam suas ideias no que eles achavam da situação atual do GN’R, ou em suas opiniões sobre Axl e coisas assim. Eu acho que isso definitivamente caracteriza algumas pessoas, mas não todas. Eu acho que com qualquer álbum, as pessoas vão amá-lo, as pessoas vão odiá-lo, e algumas pessoas simplesmente ficarão indiferentes, e isso não vai significar nada de qualquer forma. Embora com a quantidade de expectativa para o álbum, eu acho que ele definitivamente mudou a forma como as pessoas o viram, e eles foram ouvi-lo com ideias já prontas em suas cabeças. É difícil não fazer isso com um álbum que levou mais do que o normal para ser lançado, mas as vezes os álbuns levam um tempo".

Você sente que alguns esperavam por um 'Appetite For Destruction Parte Dois'?
"Tenho certeza que haviam aqueles esperando isso, sim, mas novamente, eles esperavam a lagarta não a borboleta – a coisa toda do cocoon. É como onde os Beatles ficaram com cabelos grandes, caras hippies gritando, mas as pessoas ainda esperavam a volta dos mop tops, e faziam 'WOOOOoooo'. As pessoas apenas continuaram de onde pararam com isso, então se eles pararam em 'A Hard Day's Night', eles esperam por 'Beatles For Sale' (1964) em seguida.

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