Diante do Estádio do Morumbi lotado, o vocalista James Hetfield deixou claro qual seria o propósito do Metallica no show realizado neste sábado (30), em São Paulo. "Vocês estão prontos? Nossa missão é fazer vocês se sentirem bem", disse o líder do grupo, que não vinha ao Brasil desde 1999 e agora desembarca por aqui com a turnê Death Magnetic. A apresentação na capital paulista foi a 126º da atual série de shows.
Com a expectativa de receber cerca de 68 mil pessoas (a assessoria do evento não soube apontar o número exato de fãs no show), o grupo subiu ao palco às 21h35 depois da apresentação dos brasileiros do Sepultura, que até foram contemplados com a canção Sad But True, dedicada por James. "É um prazer tocar com nossos amigos. Essa música vai para eles, afinal, eles sabem que os brasileiros gostam de som pesado assim como nós", afirmou.
Assim como tem sido em suas últimas apresentações desta turnê, o Metallica abriu de cara com a sequência Creeping Death e For Whom the Bell Tolls mostrando a capacidade do grupo de mesclar as intensas canções do seu disco mais recente com os hinos já consagrados de sua carreira.
James, que aparecia meio abatido na entrevista coletiva dada horas antes do show e chegou afirmar que estava gripado, deixou a doença de lado e mostrou empolgação a todo tempo. Em The Four Horsemen, o vocalista ergueu seu pedestal de microfone para o público cantar e sempre que podia interagia com o público. "Essa é para vocês. Já estão se sentindo melhor?", questionava ao público que iluminou o estádio com seus celulares e algumas dezenas de tiaras com chifres coloridos que não repetiram o mesmo sucesso do show do AC/DC.
O repertório seguiu em diante com as canções de Death Magnetic como The End of the Line, Broken, Beat & Scarred, The Day That Never Comes e outras. Como não podia faltar, o grupo também mandou os clássicos Sad But True, Master of Puppets, One e para fechar, na sequência, Nothing Else Matters e Enter Sandman, todas essas cantadas em coro e acompanhadas de ¿air guitars¿, headbangers por todos os lados e alguns banhos de cerveja de quem já havia tomado algumas a mais.
Presença de palco
Embora o Metallica não carregue em sua turnê um cenário extraordinário, o show revelou algumas boas surpresas. Aliado ao potente som e aos grandes telões, o grupo programou explosões de bombas de fumaça, fogos de artifício e diversas colunas de fogo subiam nas laterais do palco que chegaram a assustar alguns dos fãs na plateia.
O Metallica ainda posiciona pedestais com microfones nas extremidades do palco para que James e Robert Trujillo pudessem se aproximar do público. Fica ainda o destaque para o baixista, único integrante que não havia vindo ao Brasil com o grupo, que não economizou nas suas poses e "passos de caranguejo" enquanto tocava o instrumento.
Homenagem
Depois de Enter Sandman, o grupo saiu brevemente do palco, mas retornou prontamente para o bis. Kirk Hammett voltou primeiro embalando um riff com uma pegada de blues e pedindo palmas da plateia para acompanhar o ritmo. Depois, James assumiu o microfone para anunciar a primeira música da etapa final.
"Nessa hora sempre tocamos uma música de alguma banda que influenciou muito o Metallica", anunciou o vocalista durante um rufo de bateria conduzido por Lars Ulrich. "Essa banda é...Queen", anunciou Hetfield antes de tocar Stone Cold Crazy, que foi seguida por Motorbreath e teve o show finalizado por Seek and Destroy, canção muito pedida pelos fãs do grupo. "Vocês gostam dela? É porque a letra é fácil? Eu também gosto", brincou.
Chuva de palhetas
Com uma prática não muito comum em grandes espetáculos, os fãs do Metallica tiveram um tratamento VIP em São Paulo. Ao fim da apresentação, Kirk, James e Robert agradeceram a presença do público, se dirigiram para a beirada do palco e jogaram dezenas de palhetas para os seguidores do grupo formando uma disputada "chuva de palhetas" . Lars, por sua vez, arremessou algumas baquetas.
"Vocês são ótimos, fãs de Metallica. Ficaram com a gente nos dias ruins e nos dias bons. Hoje é um dia dos bons", disse James, que também pediu para que os refletores do estádio ficassem acesos durante toda a música final para enxergar o público que lotava o local. "Espero que a gente não demore onze anos para voltar ao Brasil", despediu-se Lars.
Confira o setlist do Metallica em SP:
Creeping Death
For Whom the Bell Tolls
The Four Horsemen
Harvester of Sorrow
Fade to Black
That Was Just Your Life
The Day That Never Comes
Sad But True
Broken, Beat &Scarred
One
Master of Puppets
Blackened
Nothing Else Matters
Enter Sandman
Bis
Stone Cold Crazy (cover do Queen)
Motorbreath
Seek and Destroy
METALLICA EM SÃO PAULO
Quando: 31/01 (domingo), a partir das 20h30
Onde: Estádio Morumbi (Praça Roberto Gomes Pedrosa, nº 1, Morumbi)
Quanto: R$ 150 (arquibancada laranja), R$ 170 (arquibancadas azul e vermelha), R$ 190 (arquibancada vermelha especial), R$ 250 (pista e cadeira inferior), R$ 300 (cadeira superior) e R$ 500 (pista vip)
Ingressos: bilheteria do estádio Morumbi, do meio-dia até o início do show
Censura: 16 anos; de 12 a 15 anos somente acompanhados dos pais ou responsáveis
31 de jan. de 2010
Metallica no Brasil \\ Banda cumpre missão e leva público ao delírio em SP
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