www.diariodorock.com.br: Resenha\\ Twisted Sister surpreende com um dos melhores shows de rock do ano em SP
"Satan laughs as you eternally rot!"

15 de nov. de 2009

Resenha\\ Twisted Sister surpreende com um dos melhores shows de rock do ano em SP


Quem não se divertiu com a apresentação do Twisted Sister em São Paulo na noite deste sábado (14), no Via Funchal, deveria desistir de freqüentar shows de rock. Nem o calor infernal impediu que os quase seis mil presentes fizessem jus às letras de clássicos da banda como “We’re Not Gonna Take it”, “You Can’t Stop Rock and Roll” e “I Wanna Rock”, cantando junto e participando do início ao fim.

Com energia impressionante, bom humor e carisma, a banda norte-americana de heavy metal chegou ao final de sua apresentação de uma hora e meia jurando que havia tido a melhor resposta do público desde que começaram a tocar. Com a formação dos primeiros álbuns intacta, Dee Snider (vocal), Jay Jay French (guitarra), Eddie Ojeda (guitarra), Mark Mendoza (baixo) e A.J. Pero (bateria) desfilaram sucessos de toda a carreira durante uma hora e meia, se concentrando particularmente no álbum “Stay Hungry”, que completa 25 anos.

Antes disso, começou às 21h o show de abertura do Massacration, uma amostra do que viria a seguir. Se, em outros tempos e lugares, o público metaleiro não toleraria piadas com seu gênero favorito e certamente escorraçaria a banda-paródia de cima do palco, os fãs do Twisted Sister souberam entrar na brincadeira, engrossando o coro de hits como “Metal is The Law”.

Ao final da apresentação, o vocalista do Massacration, Detonator, explicou que a banda deveria fechar a noite, mas teve que sair mais cedo por ter outro show no Japão, mas pediu que os fãs permanecessem no local para o Twisted Sister, afinal “esses garotos ainda estão começando mas têm qualidade”. Já com a casa cheia, Dee Snider e sua trupe adentraram o palco às 22h30 com “What You Don’t Know (Sure Can Hurt You)”, do álbum de estréia “Under The Blade” (1982), para delírio dos fãs, que responderam com o entusiasmo de quem esperou mais de 25 anos por este momento. Como falar sobre o visual espalhafatoso do vocalista chega a ser uma redundância, nos concentremos no show em si.

A partir da segunda música, “The Kids Are Back”, a platéia já havia percebido que o show do Twisted Sister de 2009 é pelo menos tão bom quanto o de 1984. Com som perfeito, os integrantes pulavam e corriam o tempo todo, sem perder a precisão e, o melhor de todo, com cara de quem estava se divertindo.

A partir daí, a energia positiva contaminou o Via Funchal com uma intensidade vista poucas vezes por este repórter. Era impossível não se contagiar com o clima de festa. Cantando todas as músicas, levantando os punhos e batendo cabeça, o público alimentava a banda que, em troca, devolvia o entusiasmo em cima do palco. Se ver shows do Twisted Sister fosse um direito do cidadão, as vendas de antidepressivos diminuiriam consideravelmente.

Esta troca de energias culminou na sexta música, o hino “We’re Not Gonna Take it”. Um dos grandes clássicos da história do heavy metal, certamente a faixa mais conhecida do grupo e com um dos refrões mais grudentos do rock and roll, a música, com sua letra denunciando a opressão, gerou um coral visto poucas vezes fora de manifestações de massa, obrigando a banda a tocar o refrão mais uma vez após o que deveria ter sido o final.

Algo semelhante acontecem em “I Wanna Rock”, cujos backing vocals eram berrados pelos seis mil fãs como se a existência terrena deles dependesse disso. O volume era tão alto que os dois guitarristas foram buscar suas câmeras de vídeo para registrar o momento de cima do palco.



Outro momento envolvendo câmeras e integrantes emocionados ocorreu quando Jay Jay French pediu que a platéia cantasse parabéns para sua filha, que completava 16 anos naquela noite. Foi prontamente atendido e registrou o momento para a posteridade. Antes dos bis, o guitarrista também jurou “por deus”, que aquela havia sido a melhor resposta de público em qualquer show da banda nos mais de trinta anos de carreira do Twisted Sister.

Após “I Wanna Rock”, o grupo tentou ir embora, mas foi obrigado a voltar para o bis duas vezes, encerrando de verdade pouco depois da meia-noite, com “SMF”, apos Dee Snider prometer que voltariam em breve “de preferência no inverno”.

Se a próxima visita tiver um terço da animação da primeira, já valerá mais do que o preço do ingresso.

.
Resenha: PEDRO CARVALHO para o UOL
.

0 comentários:

<< mais lidas

© Copyright - Diário do Rock - Headbangers Blog! - Todos os direitos reservados
anthony@diariodorock.com.br